É inegável: esta loucura de Putin trará um sabor amargo aos convertedores de embalagens flexíveis e rótulos, no que concerne ao aumento gradual das resinas termoplásticas. Plástico mais caro significa uma erosão ainda maior das margens, ao menos num primeiro momento enquanto dura o processo de repasse aos clientes, os donos das marcas.
Mas esta conclusão sobre os inexoráveis aumentos de matérias-primas vindouros e a dificuldade em negociar com os clientes (muito disso em virtude dos concorrentes que represam os aumentos por medo de perder o cliente, ou por estratégia comercial mesmo) são obviedades que não merecem que desperdicemos tempo debatendo por aqui.
O interessante é tentarmos enxergar além e, de preferência, com algum otimismo.

Um aumento nos preços dos combustíveis sempre traz consigo um impacto devastador nas empresas de transportes e na cadeia logística como um todo. E estes preços – podem ter certeza – são, cedo ou tarde, repassados ao consumidor final. Tudo isso corrobora para uma série de considerações dos donos das marcas, acerca de estratégias para, pelo menos, reduzir um pouco o impacto econômico de suas mercadorias logisticamente inflacionadas.
Uma destas estratégias é a de unitizar melhor as cargas. Transportar mais, por menos. Quando se trata de embalagens, implica em entregar um maior número de unidades a cada despacho, preferencialmente com menor peso – de forma a reduzir a relação combustível por unidade de embalagem transportada.
E, vejam só, advinha qual a solução de embalagem que mais favorece esta lógica?
Acertou quem pensou nas embalagens flexíveis. Em momentos de alta de combustíveis, “transportar vento” – na forma de frascos plásticos soprados ou injetados – começa a incomodar um pouco mais. Transportar peso demais, na forma de garrafas de vidro ou latas metálicas, é também algo sob judice.
A maioria das grandes conversões de SKU’s de embalagens rígidas e semi-rígidas para soluções equivalentes em flexíveis veio, coincidência ou não, após uma alta de preços histórica que impactou a cadeia logística (ou, não menos importante, em situação de escassez de uma determinada matéria-prima).
A crise global do petróleo, deflagrada em meados dos anos 70 adveio do embargo dos países árabes da OPEC aos Estados Unidos, em resposta ao apoio norte-americano à Israel na Guerra de Yom Kippur. Pouco tempo antes, surgia na França (um dos países que viria a ser mais impactado pela crise do petróleo) a solução Stand-Up Pouch, que pouparia um valor inestimável de combustível no transporte de produtos alimentícios.
Coincidência? Talvez não.
Grandes cases da indústria nacional como a inserção de molho de tomate da lata ou vidro para o SUP e a estreia dos refis de produtos saponáceos veio, mais ou menos concomitante, à escassez e alta no preço dos combustíveis.
Portanto, se você é um convertedor, sugiro que tente manter a calma e pense um pouco mais estrategicamente: é uma boa oportunidade de propor soluções que reduzam o custo do frete unitário por unidade de embalagem aos seus clientes.
Em suma, boa hora para fazer o pessoal de PD&I trabalhar redobrado. Boa sorte!
Leia mais em nosso blog:
O que significa a aquisição da Scholle IPN pela Sig Combibloc?