À primeira vista, especializar-se no impossível não parece ser a melhor maneira de construir um negócio duradouro. Entretanto, para a Imageworx, uma empresa de serviços de pré-impressão do estado da Pensilvânia, nos EUA, a estratégia se provou muito bem sucedida por mais de duas décadas.
Para entender como é alcançar o impossível, observe a história vencedora da Imageworx no Global Flexo Innovation Awards, promovido pela Miraclon. Os selos postais “The Art of Magic” ficaram conhecidos por duas inovações: foram os primeiros selos do Serviço Postal dos EUA a serem impressos com flexografia e os primeiros a explorarem a impressão micro-óptica em 3D. Revelados em Las Vegas pelo Serviço Postal dos Estados Unidos — e pelo famoso mágico David Copperfield — três desses selos apresentavam efeitos 3D, incluindo um coelho branco saltando de uma cartola.
Tecnicamente desafiadora
A impressão com lentes micro-ópticas é tecnicamente desafiadora mesmo nas circunstâncias mais favoráveis, e muita gente considera que ela pode ir além das capacidades da flexografia.
Jeff Toepfer, da Imageworx, explica: “Produzir arte e chapas para serem usadas com microlentes é um processo de criação de imagens extremamente difícil, que exige o mais alto nível de precisão. Para atender aos requisitos de resolução dos selos, tivemos que gerar imagens de 139.500 pixels entrelaçados na chapa e fazer isso com uma integridade de pixel perfeita, 1:1, para que fossem gerados padrões de interferência que criam a ilusão de movimento”.
Ele acrescenta que, pelo que sabe, a Imageworx é a única empresa de pré-impressão no mundo que, hoje, oferece pré-impressão com um conjunto de lentes micro-ópticas para flexografia. Ele também dá crédito à tecnologia KODAK FLEXCEL NX: “Nenhuma outra consegue produzir imagens tão pequenas em uma chapa flexográfica. Sem ela, teríamos sucesso limitado na criação de imagens microscópicas. Ela é incrível”.
Curiosidade profissional
A história que há por trás dessa candidatura vencedora revela que não é surpresa alguma a Imageworx ter alcançado esse feito. A inovação em designs técnicos está no coração da empresa. Isso foi inspirado pelo que Toepfer descreve como “um alto nível de curiosidade profissional. Estamos constantemente trabalhando para desenvolver novas tecnologias e melhorar as que já existem”.
Quando o pai de Jeff, Jerry, fundou a Imageworx em 1997, ele instituiu na empresa uma filosofia que exigia o foco em ultrapassar os limites da inovação tecnológica e, essencialmente, pregava a dedicação em realizar os projetos mais difíceis dos clientes como forma de cativá-los pelo resto da vida.
No início, a empresa fornecia separadores e chapas para deslocamento a seco e aplicações em impressoras estreitas, mas, hoje, a flexografia representa 90% do negócio. No entanto, o foco continua onde sempre esteve: satisfazer os clientes com o mais alto nível de qualidade do mercado, um segmento que cresce de maneira estável graças às melhorias na flexografia nos últimos anos. “O que tem acontecido é evolucionário, não revolucionário, mas não menos profundo por causa disso. Cada componente — tintas, lâminas, aniloxes, montagem das chapas, criação de imagens, chapas e prensas — tem melhorado de maneira estável. Como resultado, a qualidade passou a não ser um problema. Agora, a flexografia é um processo econômico e acessível”.
Qualidade incrível
A qualidade que a Imageworx consegue produzir é realmente incrível. A empresa produz chapas capazes de conservar texto microscópico com até 1/4 do tamanho de um ponto e imagens com pontos que chegam a 0,2% em telas com 175 linhas. Sua marca proprietária de tecnologias híbridas de telas, a “SERO™ HDM”, produz gradações com suavidade perfeita e um alcance tonal estendido sem serrilhado no local em que o ponto termina. Isso possibilita um esmaecimento quase imperceptível, eliminando a necessidade de ter ponto mínimo em áreas não impressas para evitar uma transição abrupta, algo comum na impressão flexográfica. Além dos recursos ópticos em 3D, esses recursos abriram novos mercados, como a impressão de elementos de segurança, além possibilitarem níveis de qualidade excepcionais no processo de impressão de cores.
A “curiosidade profissional” mencionada anteriormente significa que a Imageworx não espera os novos mercados e aplicações baterem à sua porta, ela busca os clientes proativamente, por meio de um departamento de pesquisa e desenvolvimento que tem a tarefa de identificar mercados que podem ser beneficiados pela avançada tecnologia flexográfica da empresa. O próximo passo é identificar os requisitos do mercado, desenvolver um produto adequado e, depois, testá-lo e aprová-lo.
Os testes de impressão da Imageworx são feitos em parceria com a MPS, fabricante de impressoras flexográficas, que cede para essa etapa suas instalações de demonstração em Green Bay, Wisconsin. “O teste real de qualquer ideia nova ocorre na impressora”, diz Toepfer, “então, entender o que acontece na sala de impressão é essencial. Os selos “The Art of Magic” são um bom exemplo: nos testes de pré-produção realizados na MPS conseguimos executar o trabalho com sucesso, em uma velocidade de 76,2 metros por minuto, o que foi exigido pelo cliente”.
Um futuro flexográfico para embalagens flexíveis
Quando imagina o futuro, Jeff Toepfer espera que a recente expansão da Imageworx para novos mercados e aplicações continue e que a flexografia ganhe, de maneira estável, a concorrência com offset e gravuras. “No mercado de impressoras de bobina larga, vemos uma grande tendência de migração para a flexografia, devido ao custo das tecnologias de rotogravura”, disse.
Ele acrescenta que, para acompanhar essa tendência, a Imageworx agora está abrindo caminhos significativos no setor de embalagens flexíveis. “Em poucos anos, crescemos bastante no setor de embalagens flexíveis, chegando ao ponto em que esse setor representa 35% do nosso trabalho, que engloba, em sua maior parte, Shrink-wrap e materiais para sacolas de compras”, pontua.
Ele atribui esse sucesso à combinação das tecnologias KODAK FLEXCEL NX e SERO™ HDM. “Impressoras de bobina larga muitas vezes têm problemas para reproduzir pontos realçados. A SERO e a FLEXCEL NX permitem criar imagens de alta resolução, com estruturas de pontos microscópicos aprimoradas, o que aumenta a gama de cores de impressoras flexográficas, oferecendo uma decomposição mais suave para pontos realçados. Temos a capacidade de definir as estruturas de pontos ideais nas chapas para entregar resultados da mais alta qualidade em trabalhos de curta duração. Também conseguimos aplicar algoritmos de tela que mantêm a estabilidade dos pontos a longo prazo, mesmo após um milhão de impressões.”
Além disso, Toepfer diz que a produtividade aumenta. “A velocidade de impressão é um grande fator de compra de chapas e de serviços de pré-impressão para embalagens flexíveis. Com a SERO HDM e a FLEXCEL NX, alguns clientes aumentaram a velocidade de impressão para até 152,4 metros por minuto.”
Provas concretas de confiança
A mudança da empresa para uma nova fábrica com quase 3.000 m² é uma prova concreta dessa confiança, baseada no que ele considera como uma lógica econômica inevitável em favor da flexografia. Isso inclui o novo Flexo Excellence Center, que conta com uma impressora MPS. Assim, todos os testes futuros ocorrerão no local, permitindo um feedback mais rápido nos testes e agilidade no desenvolvimento. “Quando me perguntam se temos uma estratégia para atrair clientes para a flexografia, eu digo que não precisamos. Obviamente, fazemos propaganda da flexografia distribuindo amostras de impressão que mostram a qualidade que essa tecnologia consegue alcançar em imagens difíceis, mas, em última análise, a realidade econômica não pode se ignorada: a flexografia é uma tecnologia mais econômica para o suário final e não exige mais foco exclusivo em qualidade”.
“A aceitação do mercado pode ser mais lenta do que gostaríamos, mas, cedo ou tarde, se o comprador tiver conhecimentos e experiência em impressão, acabará dando prioridade ao processo que trouxer mais benefícios a cada tipo de trabalho. Se alguém precisar imprimir 2.000 etiquetas, provavelmente usará impressão digital. Se precisar de dois milhões, escolherá a flexografia. Se forem 200 milhões, talvez use gravuras. A qualidade da impressão não é o problema, então o lado econômico é o principal fator na tomada de decisões de compra. Vamos superar isso com o valor que a flexografia oferece.”
Além disso, Toepfer espera que o ciclo de investimentos em impressoras e conversores favoreça a flexografia. “Equipamentos mais antigos estão sendo substituídos por tecnologias novas e capazes de produzir registros melhores, realizar impressões mais consistentes e oferecer configuração mais fácil. Considerando tudo isso, é uma questão de tempo até que a decisão de substituir o offset e as gravuras para obter produtos mais relevantes torne-se óbvia e inevitável.”
Fonte:
PARLA!!! Assessoria – Paulo Stucchi – tel: 11 3413-4416