Nem o dia dos namorados foi capaz de enternecer os corações e as vendas e refrear a queda do setor de flores e plantas durante a pandemia – uma parte importante do agronegócio brasileiro, autorizado a abrir as portas em datas especiais como o Dia das Mães e o dos Namorados.
Embora as entidades de classe afirmem que o isolamento social e a quarentena aproximaram as pessoas das plantas, a suspensão dos eventos sociais e corporativos – aniversários, casamentos, inagurações etc. – incorreu em grande prejuízo ao setor, que vendeu menos da metade este ano do que o mesmo período no ano anterior (segundo dados do Ibraflor, Instituto Brasileiro de Floricultura). A própria situação terrível imposta pela pandemia impede até mesmo a realização dos funerais, o que também impacta nestes números.
O dólar mais alto inibiu a iniciativa de muitos importadores de flores (a exemplo dos importadores das tradicionais rosas vermelhas colombianas), além da logística sobrecarregada e focada em outras prioridades médico-hospitalares. Talvez, o único fator com impacto positivo relevante seja o aumento a olhos vistos das vendas pela internet, mas ainda sim sem força suficiente para ser um “game changer”.
Imaginamos que, no Brasil pós-pandemia, o mercado de flores “in natura” possa reconquistar uma fatia perdida com a importação de flores artificiais (geralmente da China) por n motivos.
O que as pessoas não relacionam é o que movimenta em paralelo este mercado, no tocante às embalagens. As flores são comercializadas geralmente em embalagens flexíveis cônicas com ou sem impressão decorativa.
Em casos de embrulhos mais sofisticados, com etiquetas autoadesivas bem acabadas (em boa parte, com recursos de embelezamento como coldfoil ou hotstamp) e fitas ou fitilhos decorativos com ou sem impressão.
Há um verdadeiro ecossistema de produtores de embalagens cônicas em pólos estratégicos como Holambra, em São Paulo (que de acordo com o Ibraflor, escoa grande parte das vendas do estado de São Paulo e que, por sua vez, corresponde a 40% do mercado nacional).
Por se tratar de um nicho, é bastante difícil estimar o impacto ao setor, mas é preciso que se diga que há empresas que vivem exclusivamente da produção de material de embalagem e etiquetas para flores.
Em termos de matérias-primas, o polipropileno, mono ou bi-orientado, representa a maior parte dos envoltórios ou embrulhos para presentear. Em alguns casos, filmes especiais como o BOPP anti-fog, que evita a formação de névoa com a transpiração da flor até o ponto de compra, são requeridos.
Publicado por:
Aislan Baer Fundador e CEO da ProjetoPack & Associados; Co-fundador da Inovagraf; Diretor da IDEAlliance Latin América.