Enfim, surpresa boa em Terra Brasilis. A Odebrecht deve iniciar o processo de venda das suas cotas na Braskem, uma das maiores empresas do setor petroquímico do mundo e que, verdadeiramente, influencia toda a economia do plástico por aqui. As suas ações (BRKM5) dispararam 9,3% logo após o comunicado oficial.
A construtora, combalida após o escândalo da operação Lava Jato, vem trabalhando com afinco na reestruturação de dívidas e no restabelecimento de seus negócios e imagem corporativa. Ela possui hoje 50,1% do capital volante da Braskem.
A Petrobras, também epicentro de diversos escândalos de corrupção e fazendo a sua lição de casa tal e qual, é dona de 47% da companhia e também anunciou o interessa na venda da sua participação.
Em comunicado oficial, a Braskem informou ter recebido correspondência da Odebrecht para avançar com o processo da venda:
“A Braskem vem comunicar que recebeu correspondência enviada por sua acionista controladora, Odebrecht, informando que, em cumprimento a compromissos assumidos com credores concursais e extraconcursais, deu início aos atos preparatórios para estruturar um processo de alienação privada de até a totalidade da participação de sua titularidade na Companhia, mediante adoção das providências necessárias para organizar um processo dessa natureza, com o apoio de assessores legais e financeiros.”
A intenção da Odebrecht é vender as ações em uma operação na Bolsa de Valores, chamada de follow-on, ou mesmo buscar um sócio privado interessado em comprar a companhia.
Com valor de mercado aproximado de R$ 19 bilhões, o dinheiro da venda da Braskem deve ser utilizado em parte para pagar credores da Odebrecht. A dívida estimada da empreiteira é de cerca de R$ 100 bilhões, mas a companhia se comprometeu a pagar R$ 54 bilhões em 30 anos.
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Aislan Baer Fundador e CEO da ProjetoPack & Associados; Co-fundador da Inovagraf; Diretor da IDEAlliance Latin America