Como os convertedores de embalagens podem ajudar os donos de marca a venderem mais a partir de uma boa impressão? E principalmente, como este resultado positivo pode ser alcançado considerando todos os players da cadeia, da geração do arquivo até chegar à gôndola no ponto de venda (PDV)? Estes foram os principais assuntos discutidos nos dois dias do evento organizado pela Clicheria Blumenau nas novas instalações da DuPont, em Alphaville (SP).
Segundo Cristiane Lopes Oliveira, Senior Packaging Specialist da Nestlé, é preciso colocar o consumidor no centro de todas as etapas, a partir de pesquisas de mercado, se possível nos níveis global e regional. Na Nestlé este desafio é vencido a partir de um processo de inovação acelerada que tem como base um roadmap bastante abrangente da embalagem.
Desta forma, há tempos a Nestlé adotou a estratégia de produtos como nome e sobrenome, por exemplo, Leite Moça da Nestlé. “Isto porque a identidade da marca é fundamental e deve ser protegida em todas as etapas; ela cria a conexão com o consumidor e ajuda a construir marcas icônicas. Construimos marcas olhando para as diferentes necessidades do produto e possíveis aplicações do sensorial ao branding e à embalagem.”
Em todo este processo de criação de marcas vencedoras, o trabalho colaborativo com os fornecedores, inclusive da cadeia gráfica, é fundamental. “A melhor precisão das fotos e a consistência das cores, por exemplo, são fundamentais para garantir o sucesso da marca e conectá-la e engajá-la com o consumidor final do PDV.”
Nesta linha, Núria Piai Nava, Gerente de Trade Marketing na Nivea (Beiersdorf), com foco na área de Merchandising, Treinamentos e Novos Projetos reforçou a importância de apresentar as etapas de desenvolvimento das embalagens, do ponto de vista da indústria, focando no desempenho final na loja.
Segundo ela, é importante envolver o convertedor desde o planejamento e em todas as etapas posteriores do projeto. O fornecedor tem que parar de ser fornecedor e ser parceiro pois tem equipe e recursos que podem agregar muito ao processo. Ele tem uma experiência que leva à otimização do desenvolvimento e que culmina em eficiência e economia. “O convertedor não é apenas a máquina que imprime a embalagem; ele é o cérebro que calcula a otimização das máquinas e tintas para melhor aproveitamento do processo. E de nada adianta acelerar o processo se a execução for ruim.”
Muito além da embalagem
Fabio Mestriner, professor da ESPM, especialista em design e inteligência de embalagem e consultor da DuPont, lembra que 80% dos produtos existentes têm embalagem e mais de 90% deles não têm verba de marketing, ou seja, a embalagem é o ponto de contato, de conversa e de convencimento do consumidor final.
Outra boa notícia dada por Mestriner é que no futuro haverá mais embalagem e quem está no negócio da embalagem está num negócio que tem futuro. Mas para preparar-se para este futuro é preciso acompanhar todo o movimento da sociedade.
O faturamento do setor está avaliado hoje em R$ 116 bilhões e com um potencial de crescimento expressivo. “E a marca que chegar com uma embalagem bonita e bem impressa tem chance de competir com todos, inclusive com as grandes. Lembrando ainda que o consumidor não separa a embalagem do seu conteúdo (embalagem feia é indício de produto ruim e vice versa).”
Mestriner lembra ainda que as empresas que trabalham na cadeia de embalagem não são apenas fornecedores de insumos, mas parceiros estratégicos do negócio e esta mentalidade deve prevalecer na relação desta cadeia complexa e multidisciplinar. “Hoje, a competição se dá ao nível de cadeia produtiva e, desta forma, ninguém tem sucesso sozinho; cada elo é um componente estratégico e importante para garantir um final satisfatório.”
E completa: “O bom design de embalagem tem impacto no desempenho do produto no PDV já que a embalagem faz o produto parecer o que ele pretende ser. A boa embalagem desencadeia um processo de fortalecimento da marca e das vendas e ajuda a empresa a mudar de atitude em relação ao próprio produto. E é justamente a qualidade da impressão que mostra a qualidade do design e sabemos que o estado da arte em impressão flexográfica tem um valor enorme nesta equação.”
Para o também professor e consultor de varejo na Daymon, Aparecido Borghi, é preciso entender a simbiose entre a embalagem e o varejo que é constantemente afetada pelos novos hábitos de consumo. Ele reforça a ideia de colocar o consumidor no centro de tudo, lembrando que, especialmente nestes anos de pandemia, a sistemática das compras e do comportamento de consumo mudou.
Algumas marcas têm adotado, inclusive, o modelo D2C (Direct to Consumer) que implica em acessar o consumidor diretamente. Bons exemplos são a lavanderia OMO, as lojas Swift e a Casa Bauducco. Neste cenário, o varejo contra-ataca criando marcas próprias que também precisam de um posicionamento claro.
E tudo isso é possível trabalhando a marca e a embalagem a partir da sinergia entre os elos da cadeia produtiva. Como? Conhecendo seu consumidor e sua cadeia e inserindo o fornecedor no processo de desenvolvimento do produto e da embalagem. São necessárias alianças estratégicas e cooperação entre os elos da cadeia produtiva e os convertedores de diferentes tipos de embalagem. Para Borghi, “a indústria de embalagem é uma indústria de inovação por excelência, mas uma inovação, por enquanto, forçada”.
Novas ferramentas digitais e muita experiência fazem a diferença
O evento da Clicheria Blumenau não poderia deixar de ouvir, além dos donos de marca e especialistas do setor, os convertedores de embalagem, como a Gualapack; a própria Clicheria Blumenau; a DuPont, como fornecedora das chapas flexográficas Cyrel®; e a LinkFlow Sistemas, desenvolvedor de soluções digitais para o melhor gerenciamento das várias etapas do processo.
Em suas apresentações todos mostraram um senso comum: a flexografia é um sistema de impressão altamente competitivo e eficiente, e que garante alta qualidade para os trabalhos. Diego Souza, consultor de Serviços Técnicos de DuPont™ Cyrel® Solutions, foi além e demonstrou que a flexografia também se mostra mais sustentável que a rotogravura.
Uma Análise de Ciclo de Vida (ACV) conduzida pela DuPont, mostrou que no comparativo flexografia X rotogravura e processo térmico digital de gravação de chapas Cyrel® FAST X processo tradicional com solvente, a impressão flexográfica continua sendo mais vantajosa do ponto de vista ambiental.
A flexografia consome 46% menos energia não renovável que a rotogravura e reduz em cerca de 51% o potencial de aquecimento global. O estudo mostra ainda que o processamento térmico digital das chapas flexográficas é mais eficiente, tendo 38% menos impacto no aquecimento global e reduzindo em 56% o consumo de recursos.
E para tornar todo o processo produtivo ainda mais eficiente, ferramentas digitais que gerenciam as várias etapas e promovem a interface entre os elos da cadeia são uma opção oferecida pela LinkFlow Sistemas. “O sistema vai ao encontro de uma forte tendência de padronização da comunicação entre os donos de marca e os convertedores”, pontua Alexsandro Pires.
A Clicheria Blumenau, falou sobre o avanço tecnológico da flexografia que o e do altíssimo nível de qualidade que é oferecido hoje, reforçando ainda que a capacidade de entrega deste sistema de impressão segue evoluindo a cada dia. “A Pré Impressão é peça chave na elaboração das artes que serão impressas pelo convertedor. Quanto mais integrados desde o briefing do projeto, melhores serão os resultados alcançados” comentou Rafael Rovigo, Gerente Comercial da Clicheria Blumenau.
“Para nós da DuPont, receber um evento como este, de tamanha qualidade de conteúdo em nossa nova sede, foi um marco que esperamos tenha sido de grande valia a todos que acompanharam” finaliza Adriana Bronzoni, Gerente de Contas de DuPont™ Cyrel® Solutions para o Sul do Brasil.
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