Nos últimos dias, conduzimos mais uma entrevista no nosso podcast. E, mantendo a tradição, aproveitamos o vídeo para o formato webcast em nosso canal do YouTube.
Foi a segunda entrevista da temporada especial “45 anos de ABIEF”, com um verdadeiro patrimônio da indústria de embalagens plásticas flexíveis nacional, o engenheiro, administrador, empresário, conselheiro e consultor Leonidas Alperowitch.
Aos mais novos no segmento, Leonidas é um dos precursores nas iniciativas de organização da cadeia dos plásticos que culminou na criação da ABIEF, no fim dos anos setenta.
Leonidas trabalhou na extinta Polifilm, uma das indústrias pioneiras do segmento, juntamente com a líder ITAP, Electroplastic e EDA. À época, a maioria das embalagens plásticas era relativamente simples, e o know-how das especialidades e da tecnologia concentravam-se nas mãos destas quatro companhias.
Nos conta Leonidas que, como engenheiro formado e atuante na Sanbra (Sociedade Algodoeira do Nordeste Brasileiro, que acabou tornando-se Bunge décadas adiante), sua atuação profissional sempre transcendeu a engenharia propriamente dita, estando mais conectada à administração e economia empresarial.
”Na época, as empresas evitavam manter funcionários no quadro por mais de uma década, para evitar passivos onerosos. Aos nove anos de empresa, fui dispensado para ser recontratado três meses depois, mas nesse intervalo fui contatado pelo dono da Polifilm para assumir a diretoria de marketing e vendas, áreas em que acabei me especializando”.
Galgando posições exponencialmente em virtude de seu pró-ativismo e versatilidade, Leonidas acabou tornando-se diretor superintendente da Polifilm até tornar-se sócio da companhia.
Leonidas acabou seguindo outros rumos profissionais e deixou a sociedade algum tempo depois. A Polifilm continuou sua trajetória até ser negociada ao grupo Bemis. Ainda na companhia, Leonidas foi escolhido pela direção da ABIEF, à época presidida pelo Sr. Israel Sverner (Electroplastic), a assumir a presidência da entidade.
Com Leonidas Alperowitch, aprendemos que:
- Desde o início da indústria de embalagens plásticas nacional, o oligopólio das resinas termoplásticas é nevrálgico à lucratividade e sobrevivência dos transformadores. Neste assunto, pouco ou quase nada mudou;
- Talvez, tão impactante quanto a representatividade da matéria-prima em um setor super consolidado ao transformador / convertedor médio está a dificuldade de apuração dos custos e, por conseguinte, a formação do preço de venda das embalagens lisas ou impressas;
- As referências normativas são muito importantes ao nosso setor, como linha de base para atribuir parâmetros de comparabilidade, principalmente em termos de qualidade, ao usuário final;
- Uma parte importante da inovação reside no “incômodo com o status quo”. A Replac, empresa de representações criada por Leonidas há tanto tempo nunca foi, de fato, uma empresa de vendas tradicional; ele sentia que era preciso fazer mais pelo cliente, e isso posicionou a companhia como uma empresa híbrida de consultoria, marketing industrial, aconselhamento estratégico e, como resultado, vendas.
Leonidas participou (e ainda o faz) ativamente no segmento de sacos para lixo, foi vice presidente do sindicato dos plásticos de São Paulo, é membro do conselho da ABIEF, assessora empresas e ensina sistemática e apaixonadamente que commodity é um estado de espírito, uma desculpa simplória aos que não querem sair da zona de conforto.
O que o mercado perderá quando todos os “Leonidas Alperowitches” se aposentarem? Será que as novas gerações estarão aptas a seguir ou aperfeiçoar este sólido legado que alicerçou a indústria de embalagens no Brasil? Vamos torcer para que sim.
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