Durante quatro dias estafantes, profissionais do segmento de rótulos e etiquetas de todo o mundo percorrerão os nove pavilhões ocupados por mais de 600 expositores na tradicional feira Label Expo, em Bruxelas, Bélgica.
Uma parte dessa gente estará lá passeando e reencontrando velhos amigos. Principalmente os europeus, uma vez que a distância não é uma restrição. Convertedores alemães, franceses, italianos, ingleses etc., certamente trocarão figurinhas a respeito do ainda preocupante desaquecimento na zona do Euro, seus eventuais desdobramentos ou agravamentos e estratégias para reduzir o impacto econômico em suas empresas, no curto e médio prazo.
Outra parte significativa de empresários estará lá para comprar uma ou mais novas máquinas. Nessa leva, indubitavelmente há brasileiros fazendo planos para 2020 – motivados por um lado, com um ainda tímido, mas gradual aquecimento econômico – e preocupados com o cenário político instável (interno e externo), que pode atravancar tudo, como de costume.
Uma menor fatia de visitantes virá com uma pauta pré-definida de visitas para esmiuçar os principais lançamentos, em termos de tecnologia, com vistas à superação dos tradicionais problemas de uma fábrica de rótulos e etiquetas: soluções que reduzam os tempos de acerto, especialmente na impressão dos lotes cada vez menores e mais segmentados; sistemas que permitam a gestão de materiais, informações e cálculos de custo e capacidade em tempo real, com a maior acurácia possível; soluções que tornem o processo de aprovação de novos trabalhos mais rápido, confiável e barato; e toda a miríade de alternativas para maximizar o OEE das linhas e reduzir custos de fabricação – de energia elétrica (no caso de sistemas de cura por UV LED) até paradas no processo com sistemas de detecção e correção automática de defeitos, por exemplo.
Convertedores (e até mesmo donos das marcas) provenientes de países onde há uma pressão mais intensa para as questões ambientais devem demorar-se mais do que outros nos estandes das matérias-primas, tentando capturar oportunidades em matrizes mais sustentáveis como a dos materiais cartotécnicos (celulose e papel) e dos biopolímeros.
Talvez exista, nessa mixórdia incrível de gente e interesses, um ponto em comum: todo mundo estará, conscientemente ou não, tentando entender o que se passa no mercado de rótulos e etiquetas atualmente, como se posicionar em frente a estas mudanças e garantir o seu quinhão.
Um mercado em que as fronteiras já não estão mais claras: a banda estreita já não é mais tão estreita assim, e tampouco não produz apenas rótulo ou etiqueta. Poderíamos dizer, com convicção, hoje em dia, que o negócio de um convertedor é fabricar rótulos e etiquetas?
Ou poderíamos intuir que essa atividade está um pouco mais ampla e até mesmo nebulosa? O convertedor que estará circulando nessa edição da LabelExpo não é mais uma gráfica per se. É um pouco “agência de marketing”, um pouco “empresa de logística”, um pouco “incubadora de projetos e tecnologia”, um pouco “financiadora” e muito mais ainda.
Com tanta interdisciplinaridade, heterogeneidade de demanda e transformações sociais, culturais, econômicas e mercadológicas – visitar a feira será um verdadeiro exercício de foco, visão sistêmica e estratégia. Boa sorte aos visitantes!