Um dos maiores desafios da flexografia desde sempre foi dimensionar a quantidade de tinta aplicada sobre o clichê – a quantidade “ótima”, apenas o suficiente para imprimir com qualidade, reduzindo os efeitos do ganho de ponto.
Esta definição se dá pela escolha do anilox para cada elemento a ser impresso, que deve respeitar uma proporcionalidade em termos de lineatura e volume. A evolução da pré-impressão flexográfica, das características das fôrmas (clichês), tintas e do próprio anilox (em termos de geometria dos alvéolos ou canais) vem modificando, de forma viva, essa regra – permitindo aos convertedores a impressão de lineaturas cada vez mais elevadas, aplicando uma camada de tinta ínfima e, apesar disso, preservando densidades de impressão adequadas.
O chamado anilox de bandas ou teste de bandas, apesar de ser sempre algo controverso, ainda é uma das formas mais científicas de entender mais profundamente essa relação de dosagem e formação da película filmogênica da tinta sobre a superfície do clichê.
Todavia, produzir um anilox de bandas é, de certo qual modo, um processo caro, com lead times alongados (aqui entre nós, um anilox de bandas não é algo que facilita muito a vida do fabricante de cilindros e camisas anilox, sempre bastante atarefado e, não raro, atrasado com as entregas). Requer também um foco e atenção minuciosa durante todo o teste e suas avaliações, bem como demanda um tempo precioso de máquina rodando.
Por estas razões, algumas situações são mais demandantes de um teste de bandas do que outras.
Projetado de forma correta, ainda sim um anilox de bandas tem potencial para falhar nas extremidades da área gravada:
- Volume muito baixo = cor, cobertura (ink laydown) e peso do revestimento insuficientes
- Volume muito alto = impressão ruim, caracterizada por elevado ganho de ponto, baixo contraste de impressão, cor fora de padrão e peso do revestimento elevado, incorrendo em custos também maiores.
Entre estes dois extremos, os resultados desejáveis serão encontrados. Os cilindros de banda devem ser especificados em incrementos de volume razoáveis, uma vez que os volumes gravados também possuem variações que, dependendo do dimensional, são relevantes. Incrementos de não menos do que 0.70 BCM são uma boa referência:
- Menos do que 0.70 BCM pode acabar acarretando em resultados muito próximos ou em sobreposição de valores medidos, uma vez que 0.10 BCM mede aproximadamente ± 0.3 em um densitômetro
O range geral, em termos de amplitude, costuma percorrer de 1.0 BCM até 5.0 BCM ou acima, dependendo do tipo de revestimento e característica de grafismo que se pretende imprimir (chapados, brancos de média e alta cobertura, sólidos Pantone etc.).
No processo, variáveis intrínsecas à deposição correta da camada de tinta também precisam ser consideradas, a exemplo do tipo de clichê, o uso habitual de retículas de superfície (ou chapas de performance), densidade das fitas dupla-face, as tintas propriamente e até as velocidades médias de impressão. Quanto mais técnico e abrangente o teste, mais tempo ele levará (não nos esqueçamos das diferentes lineaturas, espessura de textos e elementos e pontos mínimos que se deseja obter).
Um papel adjacente do teste de bandas é a sua função educacional, um ótimo exercício junto aos impressores, coloristas e equipe de pré-impressão, para entender, mensurar e otimizar características do processo flexográfico.
O fato é que hoje existe um “benchmark” muito sólido para recomendação de lineaturas e volumes para, basicamente, quaisquer situações de impressão por parte dos fabricantes de anilox. Mais rápido, assertivo e econômico como ponto de partida. Consulte o seu fornecedor Apex ou Laserflex.
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