Chega o fim do ano e começamos a tecer nossos planos e metas para o próximo período. Tanto as pessoais, quanto as profissionais. Pessoas físicas e jurídicas gastam (ou deveriam gastar) um tempo relevante discutindo estes assuntos.
O ano de 2020 é uma incógnita. O especialista em economia, política e temas correlatos que afirma categoricamente o que será do próximo ano está conjecturando. Evidentemente, o cenário se mostra promissor para o Brasil em termos econômicos – e temos que torcer para que a política não faça o que ela faz de melhor – nos coloque de novo no posto de “o país de futuro” de um futuro que não chega nunca.
O próprio cenário macro é nebuloso. Os bancos centrais continuam deturpando o valor da moeda, criando cada vez mais dívida e levando a efeitos colaterais tão complexos – como por exemplo o de viabilizar negócios e empresas absolutamente impraticáveis, mas que se sustentam no ecossistema do juro negativo, da expansão monetária e na falácia de que há dinheiro para bons projetos, quando na verdade só há dinheiro para quem pode acessá-lo, mesmo que em projetos “podres” (vale seguir e acompanhar de perto as excelentes explicações semanais de Fernando Ulrich em seu canal do YouTube e outras redes sociais).
O ponto central da discussão é o de que “tudo leva a crer” que experimentaremos uma fase boa, de maior “abundância” no próximo ano. Ela pode vir a ser boa, em grande parte quando comparamos com a quase década e meia passada perdida. Pode ser boa também porque estamos habituados a esperar o pior e, ainda, porque supreendetemente, pode ser boa mesmo. Em qualquer um destes cenários, experimentaremos um “ciclo de alta”, ao qual não estamos mais tão familiarizados.
O brasileiro conhece muito bem a escassez. E, na escassez, proliferam-se as ideias realmente disruptivas, de solucionar um problema com pouco ou nenhum recurso. É na escassez que pudemos aprender a trabalhar produtivamente, a cortar custos e a estarmos constantemente atentos em gerar ideias que desconstruam modelos pré-estabelecidos de pensamento, com o intuito de “fazer mais com menos”.
Na abundância, pessoas e empresas acabam embalados e empolgados e esquecem de poupar, de olhar sistematicamente a “gordura” ou mesmo, de avaliar uma segunda vez e com o maior critério e cuidado possível um movimento antes de assumir certos riscos. Na bonança se costuma fazer mais bobagem do que na escassez.
É precisamente no tempo de vacas gordas que se deve pensar em como armazenar melhor o leite, recuperar as pastagens e pensar nos bezerrinhos.
Sempre me recordo do paradoxo de Jevons e o seu “Problema do Carvão”. Ele descobrira que os motores mais eficientes da era pós-revolução industrial não só não economizaram carvão, como aumentaram o seu consumo. Ou, em suas próprias palavras: “É um completo engano supor que um uso mais eficiente dos combustíveis implicará numa redução do seu consumo. A verdade é precisamente o oposto” (p. 123).
Aumentamos a abundância de um recurso – neste caso, aumentamos a tecnologia embarcada nos motores, mas isso não significou melhora de produtividade. Temos aumentado a base monetária (via quantitative easing) global, e isso não tem, tampouco, gerado melhoria na alocação dos recursos.
Que tenhamos sabedoria em 2020 para, num momento de melhora econômica, fazer uso dos recursos e estruturar-nos, de forma adequada e criativa, para outros ciclos vindouros de baixa. Pois se há uma certeza na economia, é que ela é feita de ciclos. E os inteligentes e mais preparados ganham em todos eles.
No próximo ano, conte com a ProjetoPack e toda a nossa equipe para ajudar a sua empresa a imprimir mais e melhor, a custos sempre mais competitivos. Nos vemos ano que vem. Até lá, boas festas e um descanso revigorante.
Aislan